Histórias de chamado

Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro

Há pessoas que passam pela vida e sabem vivê-la realmente. Lutam, sofrem, choram, semeiam e se vão para que os outros recolham na alegria. Não perdem tempo. Não conhecem momentos de lazer. As badaladas das horas as encontram sempre no duro cotidiano. Assim foi a vida de Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro.
Nasceu em Caeté, Minas Gerais, no dia 21 de julho de 1843. Seus pais: capitão João Evangelista Pinheiro e Isabel Florentina da Mata e Silva, os quais se distinguiram por sólida piedade e esmerada educação e que deram a seus filhos. Não eram ricos, possuíam alguns bens e levavam vida folgada. Os irmãos de Domingos foram: Cândido, Jacinto, que mais tarde se fez sacerdote, João, Antônio, José e Josefina.
Foi batizado a 2 de agosto de 1843. À medida que o menino crescia, o Espírito Santo, que é força, luz e amor, cuidava daquela alma em botão, na qual crescia a virtude da fé. Sua alma, simples, alegre e boa foi de uma ascensão sublime para os desígnios do Alto.
Quando sua razão se iluminava pelas manifestações de uma inteligência brilhante, aproximou-se, com pureza angelical, da mesa Eucarística. Foi assim sua primeira recepção da Eucaristia, pelo Revmº Padre José Gonçalves, na Serra da Piedade, no Santuário da Virgem, pelo qual mais tarde haveria ele de lutar e sofrer pelo amor da mesma Virgem da Piedade, abrasado nos ardores de imensa caridade para com Deus e o próximo.
O convívio amistoso com sacerdotes virtuosos foi-lhe poderoso incentivo para a aquisição de virtudes como uma fé inabalável, humildade, simplicidade quase infantil, grande pureza de coração, sincero amor a Deus e profunda compaixão pelos sofrimentos e misérias do próximo.
Segundo o parecer do Eminentíssimo Cardeal Motta, quem mais contribui para a grande graça da vocação sacerdotal de Domingos foi o padre João de Santo Antônio.
Sua vocação para o sacerdócio acentuou-se ainda mais, conforme ele mesmo dizia, ao ouvir umas pretas piedosas cantarem o cântico de Nossa Senhora: "No céu, quando, ó Rainha, poderei poderei te amar! No céu, quando ó Maria, me darás, me darás um lugar!"
Em janeiro de 1859, aos quinze anos de idade, matriculou-se no seminário de Mariana. Notava-se, nele, a preocupação de não poder ser sacerdote. Prova disso são as linhas escritas e encontradas em uma folha em branco, em seu breviário: - "Fiz promessa ao Senhor Bom Jesus de Congonhas do Campo, de lá ir pregar um sermão no jubileu, se su ficar bom de meus incômodos, e se eu me ordenar... ordenar... ordenar..."
Os sofrimentos físicos e morais eram seu "pão cotidiano" e, mesmo no seminário, não lhe faltaram esses e bem dolorosos. Domingos conhecia muito bem a doutrina da cruz e se desposara com a cruz de cada dia, certo de que só ela levaria à realização de seus ideais.
Várias vezes, mais tarde, repetiu ele às Irmãs da Piedade: "Filhas, lutei muito e com grandes dificuldades nos meus estudos de seminário. Sempre me lembro daqueles tempos em que lá estive e que o superior, para me distarir dos escrúpulos, deu-me o emprego de roupeiro; e os colegas jogavam as trouxas de roupa às minhas costas, dizendo: "Toma lá; isto é para acabar com as tuas nervosias". E, assim diznedo, suspirava profundamente, mas, para disfarçar, logo assobiava e cantarolava.
Talhado para grandes realizações no campo espiritual, brotou em seu coração a alegria de ver raiar o feliz momento de sua ordenação sacerdotal, no dia 17 de janeiro de 1869. Celebrou sua primeira Missa em Caeté no dia 02 de fevereiro e cantou a primeira Missa solene, na Matriz de Caeté aos 05 de fevereiro.
Gostava de pregar fervorosíssimas missões, pelos arredores de sua paróquia em companhia do Pe. João de Santo Antônio. Gostava muito de pregar sobre as alegrias do céu e o povo se entusiasmava muito por suas pregações. Dentro de pouco tempo sua paróquia se transformou, valendo-se ele das pregações sobre a oração, a recepção dos sacramentos, e, principalmente da comunhão frequente; procurou sempre desemvolver o amor à Sagrada Eucaristia. Devotíssimo dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e de São José, implantou essa devoção nos seus paroquianos.
Quantas lágrimas se enxugaram por seus sorrisos e benefícios; que de migalhas benditas se espalharam suas mãos benfazejas! que palavras alentadoras e cheias de esparanças lhe brotaram dos lábios abençoados! Seu coração não conhecia limites na caridade - sua alegria era ajudar, alegrar-se... "Evangelista" foi o cognome que lhe coube de modo admirável - simboliza tão bem sua vida, conforme sempre repetia sua Eminência, o Cardeal Motta. Vivia sorridente - cantando - e gostava de acariciar os pobres, as crianças. Sua felicidade era comunicativa. Assim era o Pe. Domingos. Frutos de sua vocação foi a fundação do Isntituto São Luís e da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. 

(Texto extraído do livro: "O amigo querido e sempre presente entre nós" 
- autora Ir. Margarida D. Crucificado)
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Irmã Benigna Victima de Jesus


*16 de agosto de 1907 - Era inverno, quando nasceu Maria da Conceição dos Santos, em Diamantina - Minas Gerais. Filha de Joaquim Antônio dos Santos e Eulália dos Santos.
*27 de outubro de 1907 - Recebe a graça do batismo pelas mãos  do Cônego Antônio de Souza Neves, sendo seus padrinhos Doutor José Raimundo Teles de Menezes e Srª Ana Teles.
*1920 - Em sua terra natal, concluiu o curso primário, ingressando depois na formação de secretária. Atuava na Igreja como Filha de Maria e catequista. De família de músicos, tocava violão e encantava a todos com alegres canções.
*1934 - Com 27 anos de idade, diante de seu imenso desejo de ser religiosa, solicitou sua admissão na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, fundada em 1892, por Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro.
*11 de fevereiro de 1935 - Na comemoração da festa de Nossa Senhora de Lourdes, recebe o hábito religioso.
*19 de março de 1936 - Dia em que se comemora São José, emitiu os primeiros votos de pobreza, castidade e obediência. Na alegria do Senhor, recebe o nome de Irmã Benigna Victima de Jesus. É designada para prestar serviços na "Santa Casa de Misericórdia", Itaúna - MG. Local este, em que se diplomou como técnica de enfermagem.
*1941 - Fez os votos perpétuos, cada vez mais crescia seu amor pela humanidade que sofre. Com o passar dos anos, aperfeiçoou o dom da escuta e da acolhida. Com a oração da salve Rainha, conseguiu muitas graças para aqueles que lhe procuravam. Pela intimidade com Deus, via com clareza os fatos presentes e futuros, assim, com naturalidade e certividade, orientava as pessoas para o caminho do bem.
*1943 - Foi nomeada como superiora no hospital de Itaúna. Investida do espírito empreendedor, fundou a maternidade para atender às mães pobres e necessitadas. Pelo seu testemunho e caridade, fez crescer o número de convertidos ao catolicismo. Sempre contando com a providência Divina, confortou os desempregados, aliviou os aflitos, promoveu a saúde. Por orientar carentes e ricos no sucesso de seus negócios, carinhosamente ficou conhecida pelo povo, como a "santa da fartura".
*1947 - Sofreu calúnia e foi exonerada da função de superiora. Por decisão do Governo Geral, em 1948, foi transferida para a casa mãe e neste local foi castigada e impedida de receber visitas. O povo a descobre e novamente cresce a procura por aquela que alivia as dores, que porta esperança, que ensina a orar com simplicidade e que incansavelmente trabalha para que todos tenham conforto espiritual e material.
*12 de junho de 1950 - Foi transferida para o Asilo Hospital São Vicente, em Lambari - MG, onde assumiu os trabalhos na enfermaria e serviços domésticos. A cada leito leva a esperança, em cada esquina da vida fazia uma amizade e atraía novos devotos para Nossa Senhora.
*1955 - Foi transferida para o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, em Lavras - MG. Mesmo por telefone, dava atendimento espiritual e tocava o coração das pessoas. A grande procura de fiéis por suas orações, perturbava o silêncio conventual, ocasionando-lhe assim, a efetivação de inúmeras transferências. Abril de 1960 - para Santa Casa de Sabará - MG. 1963 - para o Asilo São Luís, em Caeté - MG.
*1966 - Foi convidada para morar no Lar Augusto Silva, em Lavras - MG. Chaves e portas não inibiam seu ardor missonário. De toda parte do Brasil, chegavam pedidos de orações, conselhos e bênçãos. Sem distinção, atendia ricos e pobres. Andava de casa em casa, levando a palavras de Deus e partilhando com os menos privilegiados o que recebia de seus amigos mais abastados. Crescia cada vez mais o número de depoimentos de pessoas que milagrosamente haviam sido curadas através da intercessão e das orações de Ir. Benigna. Conhecida e amada por todos, recebeu o título de cidadã honorária Lavrense.
*1969 - Sua irmã de sangue, Lourdes, sofreu um acidente e ficou em coma. Mesmo pertencendo à comunidade de Lavras, Benigna alternava sua presença ficando também no Colégio Piedade, em Belo Horizonte, para dar assistência à sua irmã. Em 30 de julho, de 1975, Lourdes faleceu.
Durante sua estada em Belo Horizonte, era procurada sempre pelas estudantes, que lhe faziam pedidos de oração para obter sucesso nas provas. Acolhendo aos pedidos, sorrindo dizia: "É preciso confiar em Deus e estudar". As notícias dos bons resultados nas avaliações se espalharam, multiplicando, assim, as procuras e orações.
*Mesmo com saúde debilitada, trabalhou arduamente para construir a capela para os idosos do Lar Augusto Silva, em Lavras - MG, que foi inaugurada em 1980. Com muitas dificuldades, reformou a creche que acolhia crianças carentes e, em 1981, inaugurou a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que tanto sonhava.
*Enquanto sua saúde foi ficando fragilizada, suas obras foram ganhando força. Surgiram grupos de orações, amigos para continuar  suas obras e cresceu também o número de depoimentos de graças alcançadas pela sua intercessão.
*Em 1981, no dia 16 de outubro, por volta das 22 horas, irmã Benigna partiu para junto de Deus. Mais do que saudade e dor, ela deixou lançada na terra a certeza de que através da oração podemos vencer todas as atribulações. 
*Em 2009, a Amaiben (Associação dos amigos de Ir. Benigna) e a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade se unem para atender ao clamor do povo que deseja que Ir. Benigna seja incluída no rol dos santos, uma vez que para eles, ela já é considerada santa.
*15 de outubro de 2011,sob a égide do Excelentíssimo Senhor Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte - MG, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, inicia o tão sonhado processo da beatificação de Irmã Benigna Victima de Jesus.
(Fonte: Cronologia - Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade)




SAMUEL

 Aconteceu que um dia, Eli estava dormindo no seu quarto. Seus olhos começavam enfraquecer e já não conseguia enxergar. A Lãmpada de deus ainda não se tinha apagado e Samuel estava dormindo no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus.

Então o Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" Ele respondeu: "Estou aqui." E correu para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste, aqui estou" Eli respondeu: "Eu não te chamei. Volta a dormir." E ele foi deitar-se. O Senhor chamou de novo: "Samuel, Samuel!" E Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu me chamaste, aqui estou." Ele respondeu: "Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!" Samuel ainda não conhecia o Senhor, pois, até então,  a palavra do Senhor não se lhe tinha manifestado. O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel, Samuel." Ele levantou-se, foi para de Eli e disse: "Tu me chamastes, aqui estou." Eli compreendeu que era o Senhor que estava chamando o menino. Então disse a Samuel: "Volta a deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: Senhor, fala, que teu servo escuta." E Samuel voltou ao seu lugar para dormir. O Senhor veio, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: "Samuel, Samuel!" E ele respondeu: "Fala, que teu servo escuta!" Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras.

(I Samuel 3,4-19)





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  • - A vida é missão - Luís Mosconi - Marques Editora.
  • - Coleção Análise da Inteligência de Cristo - Augusto Cury - o autor analisa a pessoa de Jesus, sua personalidade e suas atitudes. Conclusão: é fascinante o que fez e ensinou o Filho de Deus entre a humanidade.
  • - Experimentar Deus: a experiência de todas as coisas - Leonardo Boff.
  • - Senhora da Piedade - Irmã Teresa Cristina Leite e Irmã Márcia Almeida Santiago - as autoras percorrem a história e a arte de devoções a Nossa Senhora da Piedade, fazendo um mergulho espiritual profundo unindo à Mãe Dolorosa a humanidade sofredora.
"Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir, tu te tornaste forte demais para mim, tu me dominaste." Jer 20,7